Saúde Mental Comunitária
Um olhar sobre a Psicologia Comunitária
Suporte Social
Para a Psicologia Comunitária, a área do suporte social com maior relevância tem a ver com os indivíduos em situação de isolamento, que não façam parte de nenhuma rede social e, por esse facto, estejam extremamente vulneráveis. Os trabalhos de Blazer (1982) e Lynch (1977), realçaram o facto de que a solidão extremas. As redes dos indivíduos isolados por longos períodos, tendem a ser preenchidas por profissionais, ligados ao sistema público ou por conhecidos com uma problemática idêntica.
A situação dos indivíduos isolados socialmente, contrasta com a da maioria das pessoas que dispõem de um tipo de suporte não estigmatizante, como sejam os seus colegas de trabalho, cônjuge, família, amigos ou profissionais de ajuda (ex: médicos, advogados ou outros)
O suporte social, tem impacto no aumento ou redução da resistência individual ao stress e a presença de suporte muda a natureza do contexto situacional do indivíduo, de tal modo que os que experienciam situações de stress não estão em idêntica situação de risco de vir a sofrer de perturbações a nível emocional. Uma análise mais detalhada do processo de ajustamento entre o indivíduo e o meio, segundo o conceito de adaptação proposto por Kelly. Assim, no caso dos doentes mentais, em vez de estes serem considerados como isolados devido à sua doença, podem ser descritos como indivíduos a quem falta uma rede social de suporte (Leavy, 1983).
Diversos estudos demonstram que a presença de suporte social estava consistentemente associada a um menor risco de problemas psicológicos (Broadhead et al., 1983; Cohen e Wills, 1985; Kessler et al., 1985). Deste modo, pode concluir-se que o bem-estar individual pode estar relacionado com um conjunto alargado de redes de suporte que tendem a conduzir a sentimentos de auto-estima e da adaptação.
Orlenas, J. (1997), Psicologia Comunitária: origens, fundamentos e áreas de intervenção. Análise Psicológica, 3 (XV), 375-388.